Laudz,
muito obrigado por separar um pouco do seu tempo pra responder nossas
perguntas. É de grande valor ter um dos principais beatmakers do país no nosso
blog.
Laudz: Eu que agradeço o
convite, é uma imensa satisfação pra mim estar chegando com vocês no blog. Muito
obrigado.
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Laudz, é evidente o progresso de Curitiba no cenário rap nacional nos últimos
anos. Mc’s e principalmente produtores com trabalhos de muita qualidade. Ao que
se deve isso?
Laudz: Bom, isso se deve
ao ótimo trabalho que sempre foi feito aqui, principalmente a quem
"colocou" a cidade no mapa, que não foram poucos, mas em relação aos
beats deve-se muito ao Dario, Nel, Nave, Cabes e muito mais pessoas que tem uma
longa trajetória aqui na cidade, e fez com que o trabalho feito aqui se
espalhasse por todo o país, e pelo mundo.
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Hoje em dia o acesso a um computador e softwares é fácil, todo dia surgem novos
beatmakers graças a essa facilidade. O que você vê de conseqüência nisso?
Laudz: Bom, não posso reclamar, pois se não fosse isso eu não estaria aqui, e acho que
não tem quase nenhum ponto negativo, apenas o de quem acha que fazer beats é
uma diversão e faz isso só por fazer, sem nenhum compromisso, só pra aparecer,
creio eu.
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Você usa muito mais instrumentos virtuais do que sample, certo? Quais as
diferenças entre essas duas técnicas na criação de um instrumental?
Laudz: A diferença é a
criatividade. Tocando posso explorar mais, fazer exatamente o que eu quiser, já
com o sample fico meio limitado a ele. Mas também pode-se explorar muito.
Também uso samples, mas hoje em dia é bem difícil. Gosto muito de tocar, mesmo
não sabendo, rss.
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Quantos anos você tem hoje e com qual idade começou a montar bases pra rap?
Quais eram as ferramentas nesse início?
Laudz: Tenho 19 anos. Comecei no finalzinho dos 14, início dos 15, no início era
apenas um computador bem antigo, e o FL, que uso até hoje.
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Esse ano seu trabalho chegou até os ouvidos do grande Dr. Dre. Nos conte qual
foi a sensação e como aconteceu isso.
Laudz: Cara, não tem muito
o que falar, simplesmente incrível. O que aconteceu foi que conheci o Tito
Lopez, e ele gravou o primeiro single de trabalho dele em um beat meu, e ele é
um artista em que o Dre está apostando, e pelo fato de ser o single, ele foi
gravar essa música junto ao Dre no estúdio, que foi quando aconteceu isso, e
que melhor ainda, ele disse que Dre gostou muito de outras produções minhas, ai
é pra acabar, rsssss.
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O que você acha das fontes de Sample? Faz diferença de alguma forma extrair o
áudio de um vinil por exemplo? Existe um valor cultural histórico nisso?
Laudz: Sem dúvida! Isso é muito importante e indiscutível. A sonoridade do vinyl é
algo incomparável, e o valor histórico também né, que é como é feito desde o
início, e nunca vai se acabar, apenas soma com as novas tecnologias.
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Que beatmaker você acha inovador na arte de cortar samples? E o que acha dos
Samples em bloco, aqueles que usam um grande trecho da música original quase
sem alterações?
Laudz: Aqui no Brasil, na minha opinião Renan Samam e Nave são os reis nisso. De fora o
M-Phazes, Premier e J Dilla sao meus favoritos nesse aspecto. Quanto aos
grandes trechos das músicas, não sou fã disso.
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Alguns músicos questionam a legitimidade do Sample como composição. Sample é
uma composição? É uma criação musical?
Laudz: Sem dúvida! Pois o fato de você reconstruir a música é muito loco! E sem
duvidas é uma composição. Apesar de alguns artistas não entenderem, é uma
grande arte, e é sim uma composição.
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Na produção de Rap, que Beatmakers brasileiros se destacam hoje?
Laudz: Renan Samam, Nave, Dario, Casp, Jhow Produz, Skeeter, Coyote Beats, Scott são
meus favoritos hoje em dia.
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Instrumentalmente falando, pra onde você acha que caminhará o Rap? Pra um lado
cada vez mais eletrônico e virtual ou os instrumentos orgânicos vão fazer a vez
no Futuro?
Laudz: Cara, não faço idéia.
Cada dia surge coisa nova, creio que é algo que nao podemos imaginar, espero
que seja pra um lado bom, rss.
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Você lançou há pouco tempo seu álbum, o que mais tem pra vir por aí?
Laudz: Lancei dia 26/06 meu
album instrumental chamado Rollin With Da Best, e várias produções minhas que
irão sair em discos no decorrer do ano, também tenho 2 trabalhos sendo feitos
com mcs daqui, Bigue e Nairobi.
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Fique à vontade pras considerações finais.
Laudz: Agradeço a vocês pelo
espaço, e a todos que correm comigo e me ajudam.
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